sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Para Banco Central, linhas imobiliárias vão continuar crescendo.



O diretor de Fiscalização do Banco Central, Anthero Meirelles, disse, ontem, ser importante que o aumento do prazo médio nos empréstimos bancários seja acompanhado pelo alongamento dos passivos das instituições financeiras.
 
"Temos, para nossa tranquilidade, de ver o mesmo movimento do lado dos passivos", afirmou. "A gente ainda tem no Brasil uma cultura muito de curto prazo no poupador. É preciso que o depositante também conheça essa dinâmica".
 
Meirelles explicou que a inadimplência segue em tendência de queda, saindo de um patamar relativamente elevado em 2009 e do processo de aumento gerado pela "euforia" da recuperação econômica em 2010.
 
"Essa recuperação levou a uma certa euforia na concessão e ao aumento da inadimplência a partir de dezembro de 2010. Mas o BC adotou medidas prudenciais. A inadimplência mostrava queda, mas víamos que ela estava subindo em algumas linhas e dados antecedentes mostravam deterioração". O diretor participa do V Fórum Banco Central sobre Inclusão Financeira, em Fortaleza (CE).
 
Para ele, o crédito no Brasil vem crescendo a taxas robustas e de maneira consistente. Em dez anos, passou de 25% para mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB). "Esse volume como proporção do PIB ainda mostra margem de crescimento significativa na comparação internacional. A tendência de médio e longo prazos, nos próximos anos, é de continuidade de crescimento do crédito".
 
O diretor disse também que o endividamento das famílias vem crescendo no mesmo ritmo do crédito total e que o comprometimento de renda já mostra sinais não apenas de estabilização, mas, também, de redução na ponta. "Isso se explica porque o crédito que mais tem crescido é o de longo prazo e de custo menor, sobretudo imobiliário e consignado", explicou.
 
Segundo Meirelles, ainda há espaço para crescimento no crédito imobiliário na comparação com o resto do mundo. Essa modalidade representa hoje aproximadamente 8% do Produto Interno Bruto (PIB). Em 2007, essa representatividade era abaixo de 2%.
 
O diretor apresentou dados sobre preços de imóveis (os indicadores IVG-R e FipeZap). "O crédito imobiliário precisa ser acompanhado, mas, nesse momento, nos dá bastante tranquilidade. Houve aumento significativo de preços. Esse movimento já mostrou arrefecimento significativo, portanto, não há sinais de crescimento desorientado", afirmou.

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