quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Setor imobiliário paranaense passa por fase de readequação

“Estamos assistindo a um comportamento natural do mercado, que está passando por um período de adequação de oferta. Isso demonstra amadurecimento e seriedade, trazendo mais segurança ao setor. Os preços deverão continuar subindo de forma alinhada com a variação de custos da construção civil e o imóvel vai continuar sendo uma excelente opção de investimento”, garante o diretor de negócios da Tecnisa, João Auada Junior. A empresa é responsável por empreendimentos modernos e inovadores em Curitiba, entre eles o The Five East Batel, o Centro Cívico, o Inspira Business e o HUB. De acordo com Auada, na capital paranaense não aconteceu nada diferente do ocorrido no restante do país. Historicamente, a cidade apresentava um preço de imóveis muito defasado com relação a média de preços nas principais cidades brasileiras, levando ao consumidor a percepção de que os valores subiram de forma descontrolada. “Esta é uma visão equivocada, pois o que ocorreu foi um alinhamento de valores baseados em uma nova realidade de custos e renda”, lembra. Desde 2012, construtoras e incorporadoras apertaram o cinto com relação ao volume de novos lançamentos, medida necessária para não prejudicar o prazo de entrega e equilibrar o quadro de oferta e procura. Para especialistas, esse movimento de contenção não significa que o segmento esteja perdendo força. Segundo o diretor de negócios da Tecnisa, o custo da construção em Curitiba é equivalente ao de São Paulo. Nos últimos anos, o Produto Interno Bruto (PIB) paranaense cresceu mais do que a média nacional. Sem considerar o Distrito Federal, a cidade tem hoje o terceiro maior PIB entre as capitais, perdendo apenas para São Paulo e Rio de Janeiro. “Nos últimos anos, a capital paranaense passou a receber novos projetos totalmente alinhados com a inserção da cidade como uma metrópole de destaque e que poderiam estar localizados em qualquer grande metrópole mundial”, detalha Auada. Sem riscos – A forte expansão da economia brasileira nos últimos anos, com baixas taxas de inflação e de juros, proporcionou um aumento no nível de investimento no país, com consequente aumento de renda da população. O Brasil ainda tem um déficit habitacional e, consequentemente, isso propicia a produção imobiliária. Existem cidades em que o equilíbrio de oferta e demanda permanece estável, e outras em que o volume de lançamentos cresceu mais que a capacidade de absorção do mercado, daí o temor da existência de uma “bolha imobiliária”, como ocorreu nos Estados Unidos em 2008. Na ocasião, as empresas financeiras especializadas no mercado imobiliário, para aproveitar o bom momento do mercado, passaram a atender o segmento “subprime”. O cliente “subprime” é um cliente de renda muito baixa dos Estados Unidos, por vezes com histórico de inadimplência e com dificuldade de comprovar renda. Esse empréstimo tem, assim, uma qualidade mais baixa, ou seja, o risco de não ser pago é maior, mas oferece uma taxa de retorno mais alta, a fim de compensar esse risco. “No Brasil, para oferecer segurança ao mercado, as condições de concessão de credito são muito mais rigorosas. Além disso, o aumento de custos não se deve simplesmente por movimentos de especulação de curto prazo, mas sim, por correção de valores de custos setoriais acompanhado de uma um aumento de renda e da elevação da taxa de emprego da população”, explica Auada.

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