Para o Brasil, a projeção - divulgada em relatório prévio do FMI, no início da semana - é de que a economia avance 2,5% tanto neste ano como no próximo.
A perspectiva de crescimento latino-americano é inferior à projetada para a economia global, de 3% em 2013 e 3,5% em 2014, pouco menos do previsto previamente pelo Fundo.
"A revisão para baixo é explicada principalmente pelo menor crescimento previsto em grandes mercados emergentes, inclusive a China", explica o relatório.
O Brasil, que também teve seu crescimento revisado para baixo pelo Fundo, "continua a se recuperar gradualmente da desaceleração que começou em meados de 2011, (...) mas o ritmo da recuperação deve ser mais lento", diz o texto.
No restante da região, a atividade econômica tem sido "moderada" - abalada pela queda na demanda externa e, em alguns casos, pelas limitações do consumo interno.
Riscos
O FMI adverte que países sul-americanos exportadores de matérias-primas, como o Brasil, correm o risco de sofrer efeitos se "uma desaceleração mais aguda que o esperado na economia chinesa causar uma forte queda no preço das commodities".
Outro risco ao qual a região deve ficar atenta vem da política monetária dos EUA. O país deve reduzir, em breve, seu programa de estímulo, que vem injetando bilhões de dólares na economia desde 2010. Boa parte desse dinheiro acaba sendo trazida ao mercado financeiro de países como o Brasil, onde investidores esperam lucrar com taxas de juros mais altas que as dos EUA.
Agora, o recuo dessa política "pode desencadear novos surtos de volatilidade (financeira) e mais pressão pela fuga de capitais", diz o relatório. Em outras palavras, é possível que tenhamos novamente período de oscilações na cotação do dólar, por exemplo.
"A região, em geral, tem colchões para lidar com esse tipo de choque, graças a níveis relativamente moderados de dívida externa, reservas internacionais significativas e taxas de câmbio flexíveis", prossegue o FMI - ressaltando, porém, a "alta sensibilidade" da América do Sul aos abalos do mercado financeiro internacional.
Sua "primeira linha de defesa" contra esses eventuais riscos, argumenta o texto, deve ser o controle do câmbio e instrumentos de política monetária (por exemplo, controlando o a taxa de juros e os níveis de crédito da economia).
EUA e euro
O relatório traz também projeções para a economia americana: o FMI prevê crescimento de 1,5% dos EUA neste ano, mas essa taxa deve subir para 2,5% em 2014.
Os motivos são "a recuperação do mercado imobiliário e das condições financeiras do país estimulando a demanda privada".
Tudo isso apesar da incerteza causada pelo desacordo, entre governo Obama e oposição, quanto à elevação do teto da dívida americana. Um novo acerto precisa ser fechado até a quinta-feira que vem.
O Fundo também diz ter "previsões positivas" para a zona do Euro, que em 2014 deve avançar na recuperação da crise econômica. Segundo o FMI, é a primeira visão positiva da economa da região desde 2011.
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