sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

Incertezas no mercado imobiliário deixa empresários preocupados


Por: Prisca Fontes

Especialistas do setor fazem balanço positivo de 2013, mas mostram insegurança em relação a investimentos no próximo ano. Setor de construção civil sofre com instabilidade

O mercado imobiliário de Niterói começou o ano aquecido, mas 2013 termina cheio de incertezas para os empresários do setor. Com a liminar concedida ao Ministério Público, que suspende as autorizações para a construção de edifícios com mais de seis andares em Santa Rosa, na Zona Sul da cidade, o setor da Construção Civil está sofrendo com a instabilidade. 
“Essas restrições trazem muita insegurança ao mercado, pois as empresas não sabem onde poderão investir. Já temos a proibição de construção acima de seis pavimentos em Icaraí, agora em Santa Rosa. O plano urbanístico da região de Pendotiba não saiu do papel e a Região Oceânica sofre de graves problemas de mobilidade urbana. A construção civil é um negócio de médio prazo, o empresário precisa ter certeza de que seu investimento terá retorno”, pontua o presidente da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi) de Niterói, Jean Pierre Biot.
Ele destaca que o maior obstáculo para o mercado imobiliário é a ausência de leis claras que regulamentem a construção. Biot defende uma revisão dos Planos Urbanísticos Regionais (PUR) da cidade em 2014. 
“A construção civil gera mais de 30 mil empregos diretos e indiretos em Niterói, além de estimular toda uma cadeia de serviços, como transporte urbano e comércio, entre muitos outros. Nossa expectativa é que o PUR esteja entre as prioridades de 2014”, afirma Biot.
O diretor de negócios da construtora João Fortes, Jorge Rucas, diz que essa instabilidade gera suspensão de investimentos, revisão de contratações e planos para 2014. “É uma insegurança em relação aos empreendimentos que ainda não foram lançados. Fica difícil para o gestor planejar com tantas lacunas.
 
Acredito que a tendência é que as empresas canalizem seus investimentos em outras cidades próximas”.
De acordo com Álvaro Antunes, presidente da construtora Anfra, o atraso das obras no Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj) também pesa negativamente no mercado. 
“O Comperj movimenta a economia de toda a região e, claro, Niterói é uma excelente opção de moradia para quem vai trabalhar no Complexo. No entanto, com os atrasos, quem ia investir em um imóvel próximo na localidade, acaba desistindo ou adiando”, afirma.
O diretor superintendente da Soter, Julio Kezem, aponta que outra barreira para 2014 é manter o cronograma de lançamento e de obras em um ano de Copa do Mundo no Brasil, eleições, e com previsão de economia menos aquecida.
Balanço – Vicente Maciel Filho, diretor da construtora Fernandes Maciel, revela que 2013 foi um bom ano para a construção civil, com a manutenção do ótimo ano de 2012. Ele atribui o aquecimento do setor ao bom perfil de renda dos clientes, percepção de bom retorno por parte dos compradores em termos de investimento, excelente trabalho dos corretores de imóveis. 
“Niterói é uma cidade com ótimos serviços, população de bom nível de educação e renda, com proximidade ao Rio de Janeiro, e com excelente qualidade dos prédios entregues”, destaca.
Diretor da Pinto de Almeida Engenharia, José Francisco Vieira Coelho, também ressalta o aumento da renda da população, aliado à facilidade de crédito oferecida pelas construtoras e financeiras, como um impulsionador da compra de imóveis por quem antes vivia de aluguel. 
“Outro fator positivo é que muitos que já tinham casa própria estão podendo se mudar para apartamentos maiores e com diversas opções de lazer e infraestrutura, graças ao crédito facilitado”, explica.
Apostas – As grandes esperanças do mercado imobiliário para 2014 são a Região Oceânica e a revitalização do Centro.
Jean Pierre Biot, da Ademi, destaca que as obras do túnel Charitas-Cafubá podem fazer com que o mercado imobiliário se volte para a Região Oceânica.
Já Julio Kezem, da Soter, ressalta que, em 2013, os investimentos no Centro de Niterói ficaram paralisados aguardando uma definição sobre a Lei da Operação Urbana Consorciada. Para ele, o Centro é a grande expectativa para 2014.
Marcelo Puntel, diretor da RJZ Cyrela, também acredita que a Copa do Mundo vai estimular o mercado imobiliário de Niterói. “Pelo volume de pessoas que o Rio de Janeiro irá absorver nessa época, é natural que haja a migração para os centros próximos da capital que oferecem boas estadias e opções de lazer”, justifica.

O Fluminense

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