terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Tratamento de esgoto pode puxar valorização de imóveis paulistas



O tratamento de água no Estado de São Paulo, através de coleta e tratamento de esgoto, pode impulsionar o mercado imobiliário. Segundo dados do Instituto Trata Brasil e a GO Associados, a valorização dos imóveis seria de R$ 756,4 milhões se o saneamento chegasse a todos.
"Estamos lutando por uma infraestrutura que já deveria existir. É urgente conseguir avançar no saneamento no Brasil", diz Édison Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil.
Segundo o dirigente, serão necessários R$ 35 bilhões, entre 2012 e 2020, para que todos os moradores do estado tenham água tratada, coleta e tratamento de esgoto. "Os aportes em água seriam de R$ 14,8 bilhões e os de esgoto, R$ 20,3 bilhões", explicou. Carlos ressalta que há a necessidade, hoje, de o Estado de São Paulo buscar água doce muito longe.
"Na região metropolitana de São Paulo, usa-se quatro vezes mais água do que está armazenada na região. A demanda de água é 432% da vazão mínima natural. Por isso, o estado está tendo que ir buscar água muito longe", disse ele, lembrando que o Sudeste conta apenas com 6% da água doce do Brasil.
O estudo feito em parceria com a GO Associados aponta ainda que, com os investimentos e melhoria da qualidade das águas no estado, haveria redução de 46 mil casos de diarreia ao ano entre as famílias que moram em locais sem saneamento básico. "A ação significaria uma redução de aproximadamente R$ 9 milhões anualmente com consultas e medicamentos", explicou Carlos.
Os números, compilados no estudo "Benefícios da Universalização do Saneamento Básico no Estado de São Paulo" mensura ainda o comparativo com outros estados. Segundo o Instituto Trata Brasil, apenas São Paulo e Distrito Federal contam com mais de 90% da população atendida com água tratada. "Quando falamos em esgoto, a porcentagem cai para 70%", disse o presidente, ressaltando que a porcentagem em outros estados é ainda menor.
Uma pesquisa feita pelo Instituto Trata Brasil em 2011 mostra que a capital paulista perde, em média, 36% de sua água de abastecimento por ano, um dos principais motivos que levam ao esvaziamento das reservas. De acordo com a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), esse número teve uma ligeira queda e hoje está em torno de 30%.
Por Paula Cristina
Fonte: DCI - São Paulo/SP - SERVIÇOS - Pág. A8, 14/02/14

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