Desde 2008, segmento se mantém aquecido na cidade; financiamento é principal estímulo. Prefeitura já extinguiu cinco favelas após entrega de 494 casas este ano
Fabiele Fortaleza
Marília ocupa o segundo lugar do estado no ranking de investimentos imobiliários, em especial loteamentos fechados. Os dados são do Graprohab (Grupo de Análise e Aprovação de Projetos Habitacionais do Estado de São Paulo), divulgados pelo Secovi-SP (Sindicato da Habitação). Na lista de iniciativas em loteamento e urbanização, a cidade fica atrás somente de São José do Rio Preto. No ano passado, ao todo, foram vendidos 3,5 mil novos terrenos para obras de grande e médio porte.
Só este ano, 494 casas populares já foram entregues pela prefeitura na zona norte. E até dezembro a previsão é que outras duas mil residências e apartamentos sejam construídas em parceria com o poder público, fora os empreendimentos privados que serão anunciados.
De acordo com Hederaldo Benetti, delegado do Creci (Conselho Regional de Corretores de Imóveis), o mercado imobiliário é um setor que está em constante expansão. O desenvolvimento do segmento é notório em diversas cidades. No entanto, em Marília, a explosão imobiliária está em evidência desde 2008, quando diversas redes de magazine começaram a se instalar no município.
“A vinda de grandes redes comerciais para Marília é um dos motivos que estimula cada vez mais novos investidores a procurar a cidade. Sabemos que o município tem porte para a expansão imobiliária, sobretudo para grandes projetos. Antes de uma rede de magazine chegar à cidade é realizada uma pesquisa para saber as reais condições do município. Ou seja, isso significa que, pela quantidade de novos empreendimentos que temos recebido, o setor imobiliário de Marília está indo muito bem”, explica Benetti.
O segundo lugar ocupado pela cidade no ranking estadual de investimentos imobiliários deve atrair ainda mais investidores de outros municípios. De acordo com Sergio Villas Boas, presidente da Cipasa Urbanismo, Marília revela grande potencial para o segmento.
“A Cipasa tem focado estrategicamente em sua expansão geográfica, com foco nos mercados com alto potencial de crescimento. Isto basicamente se traduz em municípios que apresentam índices de crescimento e produção consistentes, como Marília, gerando consequentemente uma demanda por soluções de moradia”, afirma Boas.
Mesmo com o boom imobiliário, os preços dos imóveis estão estabilizados. Segundo Benetti, entre os anos de 2008 a 2012 houve uma crescente de valor para o setor. Os preços dos imóveis, tanto para compra quanto locação aumentaram consideravelmente. Contudo, a partir do ano passado o índice econômico que norteia o segmento se manteve estável.
De acordo com empresários do ramo, todas as regiões de Marília estão em constante desenvolvimento. Porém, a região norte é a área que mais recebeu investimento nos últimos anos. Shopping, rede de fast food e grandes lojas de magazine contribuíram para a valorização de áreas não só comerciais, mas também residenciais. Segundo Benetti, a valorização de mercado na região foi de 60% nos últimos cinco anos.
Em 2013 Marília comercializou 3,5 mil lotes, mas nem sempre a quantidade de terrenos vendidos corresponde ao número exato de casas construídas, principalmente quando os empreendimentos são idealizados para a classe média. De acordo com Edmilson Sabatini, proprietário da Flex consultoria imobiliária, é comum a compra de dois a três lotes para construir uma casa.
O boom imobiliário, em evidência em todo o país, é uma injeção de estímulo na economia e desenvolvimento dos municípios. De acordo com Sabatini, as grandes lojas de rede contribuem, principalmente, na ampliação do mercado de trabalho.
“Há aproximadamente cinco anos, uma grande loja instalada próximo ao terminal de ônibus investiu mais de R$ 25 milhões em Marília e gerou cerca de 300 empregos. O crescimento imobiliário aquece todos os setores da economia”, revela Sabatini.
Além das redes de magazine, outros projetos considerados de nível nacional quando chegam à cidade também valorizam a região onde está instalado. É o caso do Sesc Marília, que será construído em uma área de aproximadamente 60 mil metros quadrados, ao lado da via expressa Sampaio Vidal, entre as ruas Pedro Serem e Antônio Galina. De acordo com Gustavo Menin, sócio-proprietário da Construtora Menin, o bairro onde o complexo cultural será erguido não tem mais para onde crescer. Mas após a instalação do Sesc, a região passará a ser ainda mais valorizada.
“O bairro Parati não tem muito que expandir. São pouco lotes que ainda restam no local. A área já foi bem explorada. No entanto, com a construção do Sesc, os imóveis passarão a valer o dobro”, explica.
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